sábado, 27 de junho de 2009
I Curso de Especialização em Radiologia Diagnóstica e Terapeutica - EEUSP
Noite de Autografos
domingo, 14 de junho de 2009
Artigo
DANIELA ALONSO GUAREZI
(Artigo publicado publicado na Revista 8 de Agosto. São Paulo. p 14-15. 2004).
Buscando a melhoria da qualidade de assistência de enfermagem ao paciente dependente de suporte hemodinâmico do balão intra-aórtico e a prevenção das complicações, realizou-se uma revisão bibliográfica dos últimos cinco anos sobre os cuidados de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular e elaborou-se um plano de cuidados específico aplicado ao paciente submetido ao BIA.
Um coração insuficiente exige um maior trabalho para manter o débito cardíaco. Com essa exigência de trabalho adicional, a demanda de oxigênio aumenta. Isso pode ocorrer quando o miocárdio já está isquêmico e a perfusão da artéria coronária é incapaz de satisfazer as demandas de oxigênio. Conseqüentemente, o desempenho ventricular esquerdo diminui ainda mais, levando a um débito cardíaco diminuído. Segue-se um ciclo vicioso difícil de ser interrompido. Sem a interrupção do ciclo, o choque cardiogênico pode ser iminente. Esse ciclo pode ser rompido com a implantação do Balão intra-aórtico aumentando a pressão na raiz aórtica durante a diástole através da insuflação do balão. Com a pressão da raiz aórtica aumentada, a pressão de perfusão das artérias coronárias aumentará.
A relativa ineficácia dos agentes farmacológicos no tratamento do choque cardiogênico que evolui com severo comprometimento hemodinâmico, em situações especificas como infartos complicados ou pós-operatório de algumas cirurgias cardíacas, levou ao desenvolvimento de equipamentos de assistência circulatória que tem por finalidade dar suporte a circulação enquanto o miocárdio se recupera.
Diante do exposto, para atender e cuidar de um paciente com BIA a enfermeira deve conhecer os princípios de assepsia, anatomia, fisiologia cardiovascular, monitorização hemodinâmica e bomba de contrapulsação.(GALLEGO LÓPEZ et al, 2003)
Indicações
Atualmente as grandes indicações para o uso do balão intra-aórtico são choque cardiogênico e/ou falência ventricular esquerda de diferentes etiologias e angina refrataria a altas doses de nitratos. Pode também ser usado em pré, intra e pós-operatório de cirurgias cardíacas, havendo também indicações para pacientes que aguardam transplante cardíaco, falência cardiovascular induzida por drogas, choque séptico e oclusão da artéria relacionado ao IAM nas primeiras 24h.
Complicações
As complicações podem ser agrupadas em três categorias, de acordo com o momento em que elas ocorrem.
- Dificuldade em ultrapassar o sistema ileofemural devido a doença oclusiva aterosclerótica
- Dissecção aortica e/ou aortoiliaca e perfuração arterial
Durante a utilização do BIA:
- Isquemia dos MMII decorrente de obstrução pelo cateter de uma artéria femoral pequena ou doente; dano arterial direto durante a inserção do balão com resultante trombose distal e tromboembolismo
- Trombocitopenia
- Embolização decorrente de dois mecanismos: ruptura da placa ateromatosa da parede da aorta e deslocamento de trombos que podem se formar na superfície do balão. o deslocamento de êmbolos pode levar a isquemia mesentérica, esplênica, renal, medular, cerebral, além de periférica.
- Infecção do sitio e punção
- Formação de hematoma retroperitoneal devido a perfuração arterial
Durante ou após retirada do balão:
- Sangramento
- Trombose no sitio de punção da artéria femoral
- Drenagem serosa crônica no local do sitio de punção arterial
Desmame
O desmame pode começar em 24 a 48 horas após inserção. O paciente deve apresentar sinais de função cardíaca adequada demonstrada por bons pulsos periféricos, debito urinário adequado, ausência de edema pulmonar e estado mental melhorado.
Pode-se proceder o desmame de duas maneiras: através da redução gradual da freqüência de assistência (1:1, 1:2, 1:4, 1:8). Outro método é a redução gradual de quantidade de sangue deslocado pelo BIA, que é conseguido pela redução gradual do volume de insuflação do balão.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Os cuidados de enfermagem ao paciente com BIA iniciam-se antes do procedimento, quando o enfermeiro explica ao paciente e a família a finalidade do procedimento, o papel do paciente durante a inserção e os cuidados após instalação do cateter.
Segundo CINTRA(2003) "a orientação do paciente quanto a importância do relato de qualquer sintoma que venha a apresentar durante a inserção ou manutenção do BIA é fundamental para colaborar na detecção precoce de possíveis complicações".
Inicialmente o enfermeiro deve estar atento a montagem do procedimento para a instalação do BIA:
- Verificando resultados laboratoriais de Coagulograma, Plaquetas, Hemograma
- Certificando-se da monitorização do paciente e estabilidade dos sinais vitais
- Checar o funcionamento da bomba, não esquecendo da integridade do torpedo de gás Hélio (dispondo sempre de torpedo reserva)
- Preparo do kit transdutor de pressão, montando com SF 0,9 % com 1 ml de Heparina (prevenindo a coagulação do sistema e cateter)
- Iniciar o preparo do paciente, acomodando–o e decúbito dorsal, realizando tricotomia na região inguinal bilateral
- Manter carro de emergência próximo para suprir qualquer intercorrência
Na Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular, as intervenções de enfermagem visam adotar medidas de prevenção e detecção precoce das possíveis complicações, além de proporcionar maior conforto ao paciente:
- Observar, comunicar e anotar:
- Nível de consciência
- Padrão respiratório
- Débito urinário
- Queixas algicas
- Lesões de pele
- Arritmias
- Sinais vitais
- Sangramento - Higiene corporal com higienizador cutâneo (proporciona movimentação mínima
do paciente) - Massagem de conforto com hidrante corporal 1 x dia
- Higiene oral com antisseptico bucal
- Estimular e auxiliar na alimentação ( anotando aceitação da dieta)
- Manter decúbito dorsal, com elevação máxima da cabeceira em 30º
- Manter MI___ restrito (evitar fletir o membro da inserção do BIA)
- Verificação dos pulsos periféricos de 2/2 h
- Observação da coloração e temperatura dos MMII a cada 2 horas
- Realização da troca do curativo 1 x dia com SF 0,9% + PVPI ocluindo com gaze e micropore a inserção do cateter (não deve-se cobrir o revestimento plástico do cateter, evitando a perfuração do mesmo)
Realização de curativo com filme plástico podendo mantê-lo por 5 dias ( estar atento a inserção quanto sinais flogisticos, se houver sinal de infecção retirar imediatamente este curativo, realizar de forma tradicional, observando o local)
- Realização de meso e contra-meso (procedimento que garante melhor fixação, realizado com micropore)
- Realização de discreta lateralização do decúbito com ângulo máximo de 45º (sempre mantendo o membro inferior da inserção do cateter sem fletir- melhorando a lombalgia e prevenindo as lesões de pele)
- Instalação de colchão de ar
- Colocação de curativo hidrocolóide para prevenção de úlceras de decúbito em regiões sacra, cotovelos e calcâneos
- Estimulo e encorajamento ao doente a participar das atividades de autocuidado
- Realização de controle rigoroso de débito urinário.
O enfermeiro deve ainda:
- Atentar aos resultados laboratoriais de Coagulograma, Plaquetas, Hemograma
- Realizar ausculta abdominal de 4/4 horas (buscando prevenir isquemia mesentérica)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A enfermeira deve estar atenta para qualquer alteração do estado clínico do paciente que sugira a evidência de um choque cardiogênico. Os sinais iniciais de choque cardiogênico somente podem ser detectados através de uma bem orientada e repetida observação à beira de leito e quando ocorrerem a enfermeira deve agir imediatamente iniciando a terapêutica de apoio.(MELTZER, 2001)
Contudo, conforme o referido por CINTRA(2003) vale destacar que o suporte humano ao paciente e a família deve ocupar lugar de destaque no planejamento das intervenções de enfermagem(CINTRA 2003)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CINTRA, Eliane A. Capítulo 5: Suporte Mecânico da Circulação. IN Assistência de Enfermagem ao paciente gravemente enfermo. 2ª edição. São Paulo. Ed. Atheneu.2003. p 61-80
ELIAS, Décio O e SOUZA, Maria H. L. Balão Intra-Aórtico teoria e prática, indicações e uso. Excluído de Perfusion Line- Centro de Estudos de Circulação Extracorpórea. 2000
GALLEGO LÓPEZ, JM. CARMONA LIMARRO, JV. SOLIVERES RIPOLLI, J. GANS LLORENS, FJ. Balón de Contrapulsión Intra-Aórtico (BCIA): Conceptos Y Cuidados de Enfermería IN Revista Enfermería en Cardiología, nº 28/ 1º quadrimestre 2003. p 35-39
HUDAK, Carolyn . GALLO, Bárbara. Capítulo 13: Modalidades de Tratmento: Sistema Cardiovascular – Contrapulsação por Bomba de Balão Intra-aórtico e outros dispositivos de ajuda ventricular. IN Cuidados Intensivos de Enfermagem, uma abordagem holística. 6ª edição. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Koogan. 1997. p 244-257
MARZAL CONTANDA, AI. Balón de Contrapulsación Intraaórtico. Artigo científico de www.enfervalencia.org. última atualização em 23/12/2003
MELTZER, Lawrence E. As principais complicações do enfarto do miocárdio e o papel correlato da enfermagem. IN Enfermagem na Unidade Coronária, Bases – Treinamento – Prática. 3ª edição. São Paulo. Ed Atheneu. 2001. p 95-136
www.enfsaude.com.br. Balão intra-aórtico (BIA). última atualização em 04/09/2003
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Congresso de Humanização - HC

09/07/2009 - 19h00 - Cerimônia de abertura, coquetel, apresentação de um Sarau Literário e de um Musical.
10/07/2009 - Conferências, palestras, mesas redondas, oficinas e apresentação de trabalhos.
11/07/2009 - Conferências, palestras, mesas redondas, oficinas, apresentação de trabalhos e encerramento.
